Ler e compreender o hábito alimentar e a saciedade de bovinos nos diferentes períodos do confinamento contribui para que a oferta diária de dieta seja mais precisa, o que por sua vez, contribui com ganhos em produtividade e rentabilidade operacional
O confinamento é uma técnica largamente utilizada para terminação de bovinos de corte. Com o manejo nutricional adequado e determinados cuidados, essa prática permite reduzir a idade ao abate, melhorar a qualidade da carne e aumentar o peso dos animais. Nesse cenário, a chamada “leitura de cocho” se destaca como uma ferramenta muito importante para otimizar o manejo alimentar.
A prática nada mais é do que observar a (ou ‘fazer a leitura da’) quantidade de dieta presente no cocho não consumida pelos bovinos.
O zootecnista Victor Fonseca, coordenador técnico de bovinos da MCassab Nutrição e Saúde Animal explica que, com a correta leitura de cocho, o produtor audita a quantidade de alimento que os animais estão consumindo e, com isso, podem promover ajustes precisos na oferta de comida. “Ao observar as sobras nos cochos, o produtor identifica se os animais estão consumindo mais ou menos do que o esperado e, assim, pode ajustar a quantidade de dieta que será oferecida aos animais ao longo do dia.”
A leitura de cocho deve ser feita diariamente, de forma geral, as leituras são realizadas no início da manhã, antes do primeiro trato, porém, caso seja possível operacionalmente, a realização da leitura noturna refinaria o diagnóstico da leitura realizada no início da manhã subsequente. Além de observar a quantidade de alimento remanescente, é fundamental classificar as sobras. É necessário diferenciar entre sobra (alimento que ainda pode ser consumido) e resto (alimento que não pode mais ser consumido). Para uma tomada de decisão mais precisa, a leitura de cocho deve ser combinada com a análise do histórico dos últimos três dias de leitura de cocho.