04/03/2024 às 18h45min - Atualizada em 04/03/2024 às 18h45min

Tilápia cai no gosto do consumidor brasileiro

Demanda cresce 93% em uma década, aponta levantamento da Peixe BR

PeixeBR
Anuário da Pscicultura PeixeBR
Divulgação

A tilápia torna-se, cada vez mais, um peixe presente no cardápio em todas as regiões. Avança a demanda interna, abrem-se
oportunidades de exportação e investidores profissionais juntam-se ao negócio.


Há duas décadas o mundo produzia 40 milhões de toneladas de peixes de cultivo e agora, em 2024, está chegando a 100 milhões de toneladas por ano. Um salto fantástico de duas vezes e meia em 20 anos. Em termos globais, a piscicultura é a atividade animal que mais cresce. E já faz tempo. Mesmo com algum atraso, esse cenário de desen­volvimento da piscicultura chegou ao Brasil.
Até o final do século XX, a atividade era de certa forma artesanal, sem organização – salvo poucas exceções – e, o mais grave, sem muito respeito dos consumidores, que preferiam os peixes importados em detrimen­to do nacional. Como argumento adicional para não levar para casa os peixes cultivados, a população falava em gosto de barro e insegurança em relação à procedência.
Pouco mais de uma década para cá esse cenário vem mudando. E rapidamente. Os peixes de cultivo, liderados pela tilápia mas com a essencial contribuição dos nativos – como tambaqui e seus híbridos –, tornaram-se cada vez mais presentes na alimentação dos brasileiros.
 
A tilápia ampliou a participação na produção brasileira de peixes de cultivo, em 2023, com 579.080 toneladas – crescimento de 5,28% em relação ao ano anterior – mos­tra levantamento da Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR). Com esse resultado, a espécie passou a representar 65,3% do total nacional. No ano anterior, o país colocou no mercado 550.060 toneladas (63,93% do total).
“A tilápia ganha participação no mercado devido ao interesse crescen­te dos consumidores. A piscicultura responde com maior produção. A espécie já está presente nos cardápios de todo o país – mesmo na re­gião Norte, onde não é cultivada. Contribui para o aumento da pro­dução – e da demanda – a qualidade da tilápia brasileira, indiscutivel­mente uma das melhores do mundo em termos de sabor, suculência e saudabilidade”, ressalta Francisco Medeiros, presidente da Peixe BR.
Nos últimos dez anos, a produção de tilápia no Brasil saltou de 285 mil toneladas para 579 mil toneladas. O aumento foi de 103%. “É a proteína animal de maior crescimento no país no pe­ríodo. A partir da liberação de cultivo em mais estados, a tilápia tem no Brasil o ambiente ideal para alcançar alta produtividade”, complementa o dirigente.
O Paraná lidera o cultivo de tilápia no país, com 209.500 tone­ladas, constata a Peixe BR. A produção no estado cresceu 11,5% em relação a 2022 (187.800 toneladas). Em seguida vem São Paulo (75.700 toneladas, mas a produção local caiu 2% em 2023. Entre os cinco maiores estados produtores, destaque para Minas Gerais (58.200 toneladas), que teve aumento de 12,6%. O Brasil é o quarto maior produtor mundial de tilápia, atrás de China, In­donésia e Egito.

Vários fatores contribuem para o crescimento da tilápia no mercado brasileiro. Em primeiro lugar, é indiscutível a perfeita adaptação da espécie às condições brasileiras. Esse encaixe foi tão perfeito que o produto nacional é considerado um dos me­lhores do mundo em termos de sabor, suculência e saudabilidade e, em decorrência disso, começa a ganhar espaço em mercados internacionais de produtos premium, como os Estados Unidos.
O Brasil tem terras, água, clima propício e a indiscutível com­petência dos produtores, que trabalham com extremo profissio­nalismo e se tornaram os grandes responsáveis pela liderança da tilápia em praticamente todas as regiões do país. Aliás, devido a esse desempenho, o Brasil se tornou o quarto maior produtor de tilápia do mundo, com pretensão de ganhar mais posições no ranking nos próximos anos.


 
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