Vale da Grama conquista selo de Indicação Geográfica de Café

Lívia Andrade
23/04/2025 14h08 - Atualizado há 2 dias
Vale da Grama conquista selo de Indicação Geográfica de Café
Foto: kleber Kawassaki

 

No início de abril, aconteceu o lançamento oficial do selo da Indicação Geográfica (IG) dos Cafés do Vale da Grama na modalidade Indicação de Procedência (IP). O evento contou com a presença de Guilherme Campos (Ministério da Agricultura), Raquel Nakazato Pinotti, (Secretaria Estadual de Agricultura), José Francisco Martha (Prefeitura Municipal), Tirso Meireles (FAESP), Vinícius Estrela (BSCA), Marco Vinholi (Sebrae), João Batista de Andrade (Sindicato Rural), Diego Cesar Valente e Silva (Instituto Federal) e Valdir Duarte (Vale da Grama).

Na cerimônia, foi lançado o selo da IP do Vale da Grama. Elaborado pela Pipers – Branding & Design, ele faz alusão não só ao café, mas às serras, vale e água abundante da região. O Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) reconheceu a IP do Vale da Grama no final de 2024, chancelando a tradição da região na produção de café arábica de qualidade.

Situado entre duas cadeias de montanhas do lado paulista da Serra Mantiqueira, o Vale da Grama concentra cerca de 300 produtores. Está localizado no município de São Sebastião da Grama–SP, a mais de 1.000 m de altitude, com dias quentes e noites frias, o que implica numa maturação mais lenta, favorecendo a produção de cafés especiais.

A fertilidade do solo relaciona-se à origem vulcânica, o que confere ao café notas cítricas e um sensorial de caramelo, com alto teor de doçura, corpo médio e finalização prolongada, devendo a bebida atingir no mínimo 80 pontos na tabela da Specialty Coffee Association (SCA) para levar o selo da Indicação Geográfica. “Produtores, vocês vão perceber a mudança de patamar que o café do Vale da Grama vai atingir com a IG”, comentou Guilherme Campos, em seu discurso na cerimônia. “A IG do Vale da Grama vem para agregar valor e reconhecimento à região”, completou Tirso Meireles.

Histórico

A produção de cafés na região iniciou-se na segunda metade do século XIX, quando o clima ameno e as fontes de águas de qualidade atraíram as primeiras famílias de produtores.  Nesse período, muitos italianos vieram para o Brasil, tendo como destino o Vale da Grama, visando cultivar café.

A relação da região com a produção cafeeira é anterior à criação da cidade, que se deu em 1925. Inclusive, os ramos e os frutos do café estão presentes no brasão e na bandeira do município. Contar a história do café na localidade é mergulhar na história do Brasil, passando pelo Império (1822 – 1889), Proclamação da República (1889) até chegar aos dias atuais.

O destaque da produção cafeeira do Vale da Grama é evidenciado pelas participações e premiações em concursos nacionais e internacionais. Em 2023, por exemplo, os cafés naturais da região ficaram em 1º e 4º lugar no Cup of Excellence, concurso considerado o Oscar dos Cafés Especiais. Já no ano passado, no 4º Concurso do Terroir da Região Vulcânica, os produtores conquistaram 7 troféus entre os cinco primeiros colocados em três categorias (café natural, cereja descascado e fermentado).

As premiações são fruto da dedicação dos produtores em cada detalhe da produção, com destaque para pós-colheita e secagem. Por ser uma região montanhosa, a colheita é quase toda manual, o máximo de automação possível é a utilização de derriçadeiras de café, as famosas mãozinhas mecânicas. Com o registro concedido pelo INPI, o Vale da Grama se torna a 18ª Indicação Geográfica do Café do Brasil.

 

 


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