Com a chegada da Semana Santa, o consumo de pescados aumenta significativamente no Brasil — uma tradição que movimenta mercados, supermercados e feiras em todo o país. Peixes como bacalhau, tilápia, sardinha e salmão estão entre os mais procurados pelos consumidores nessa época, seja para compor a tradicional ceia ou outras refeições do período. O Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical) acompanha de perto o trabalho dos profissionais responsáveis pela inspeção dos produtos importados e também dos produzidos no Brasil. Por isso, a entidade compartilha orientações para que o consumidor possa escolher itens de qualidade neste período de grande procura.
Além da produção nacional, o Brasil importa grandes volumes de pescado para atender à demanda sazonal. Produtos como bacalhau e salmão, por exemplo, chegam de países como Noruega e Chile, exigindo rigoroso controle sanitário para garantir que estejam aptos para o consumo.
Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), no primeiro trimestre deste ano houve, uma queda de 5,9% nas importações de filés e carnes de peixes congelados, frescos ou refrigerados, em relação ao mesmo período do ano passado, quando a Páscoa foi em março. No total, os desembarques somaram 41,7 mil toneladas no primeiro trimestre.
De acordo com a delegada do Anffa Sindical em Santa Catarina, a auditora fiscal federal agropecuária Cristhiane Stecanella de Oliveira Cattani, a intensificação dos desembarques de bacalhau e salmão nos portos e aeroportos brasileiros começa em dezembro, acompanhando o aumento da demanda.
"Há um aumento na importação de pescados nesta época do ano, especialmente devido à Semana Santa, que impulsiona o consumo de peixes no Brasil. Esse movimento se intensifica nos meses que antecedem a celebração, com maior demanda registrada entre março e abril", explica.
Esses produtos passam por inspeção realizada pelos auditores fiscais federais agropecuários, tanto nos portos, aeroportos e fronteiras quanto nas indústrias. Os profissionais da carreira realizam conferências físicas e documentais, além de coleta de amostras para análise laboratorial. O objetivo é assegurar que tanto os produtos nacionais quanto os importados cumpram todas as exigências sanitárias, estando livres de contaminações e irregularidades.
"No caso dos pescados nacionais, a inspeção começa no descarregamento na indústria, seja proveniente do mar ou de cultivo, e segue com a verificação de documentos, rastreabilidade, temperatura, aspecto sensorial e todo o processamento, até a expedição para o comércio", detalha a delegada do Anffa Sindical.
Para os consumidores, a principal recomendação é verificar a procedência dos produtos. No caso dos pescados, é essencial observar a conservação, o aspecto da carne, a presença do selo de inspeção oficial e a validade. Confira, abaixo, as orientações do Anffa Sindical:
Dicas para escolher pescados com segurança
Peixes frescos e congelados
• Aparência: olhos brilhantes e salientes, escamas firmes e guelras vermelhas ou rosadas.
• Odor: deve ser suave e fresco, semelhante ao cheiro do mar. Cheiros fortes indicam deterioração.
• Armazenamento: deve estar sob refrigeração adequada ou sobre gelo. Produtos congelados não podem estar moles ou com líquidos.
• Selo de inspeção: verifique se há certificação sanitária do SIF (Serviço de Inspeção Federal).
• Pesagem: no caso de peixe fresco, acompanhe a pesagem para evitar cobrança de peso com gelo ou embalagem.
• Validade e embalagem: confira a data de validade e evite produtos com rótulos danificados ou sinais de mau acondicionamento.
Peixes salgados (como bacalhau)
• Cor e textura: devem ser claras e uniformes, sem manchas escuras ou avermelhadas.
• Cheiro: característico, sem odor de ranço ou sinais de deterioração.
• Teor de sal: o excesso pode indicar tentativa de mascarar baixa qualidade.
• Certificação: sempre verifique origem, rótulo e se há selo de inspeção sanitária.
"Neste período de maior demanda, o Anffa Sindical reforça a importância da atuação dos auditores fiscais federais agropecuários para a proteção da saúde pública, defesa do consumidor e valorização dos produtos agropecuários brasileiros. O trabalho técnico, criterioso e permanente da carreira garante que os alimentos consumidos durante a Semana Santa — e ao longo de todo o ano — cheguem à população com a qualidade e a segurança que ela merece", afirma o presidente do Anffa Sindical, Janus Pablo Macedo.